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Um complexo trabalho orgânico de elementos. Capítulo 1: O estranhamento.


Minha visão do mundo está diferente. Isso é estranho. Relembro alguns fatos, comparo e percebo os erros e acertos.

Erros e acertos.

Então eu nem paro para descansar, eu finjo que descanso enquanto caminho mais devagar. Esses erros e acertos foram aleatórios, ou seja, nada planejado. A minha rota eu controlo porque tenho obrigações, mas está doendo ficar chutando as pedras.

Não consigo me ver, eu até sinto o cheiro das pessoas quando elas não estão por perto, mas não me reconheceria caso precisasse. Chega ser engraçado, essa falta de senso que nós temos. Na realidade, o que não é engraçado? Eu vejo piada nas coisas, nas palavras, rio mais que o amazonas e continuo parecendo sério.

Coitado de mim, nem a psicóloga me responde para marcar um horário.

Voltemos às ideias cultas juntamente com a escrita.

Estranho reconhecer como mudei e como continuo igual. Estou no mesmo lugar, apenas as paredes se afastaram. Está mais frio e demora mais para chegar até a porta. Precisava de tempo e consegui, agora preciso da criatividade para me livrar de mim mesmo que acoberta os pensamentos de negativismo. Se você está lendo até aqui, saiba que não será contagiado.

Eu passo horas nessa página, vendo várias vezes o texto sendo salvo automaticamente. Imagine se eu pudesse desistir, apertar um botão e pronto, acabou? Não quero mais, acho que a hora chegou. Sem dor, sem lágrimas.

Estranho perceber os erros que vou cometer, ver acontecendo e depois lembrar do que errei. Eu ouço as pessoas falando de mim, me olhando e depois eu não sei do que falaram nem o que pensam,

Estou tornando esse texto muito pessoal, preciso parar.

O mundo está estranho comigo.

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