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A cada dia pareço estar em um mundo diferente. Minha mente insiste em morar em calendários já riscados. Insiste em me fazer acreditar que aqui não é meu lugar.

Eu não sei voltar.

Os reflexos de todos os dias que perdi estão em mim. Os olhos não querem olhar. Minha voz se nega a cantar. A luz revela todo um futuro que eu já desperdicei.

Me afogo em uma dor que ninguém admite sentir. Eu erro por acreditar que errei.
Percebo que a felicidade já não é meu objetivo, quando os tons de cinza se agarram em mim.

Por mais que eu lute, fale, mostre ou faça o que for, nada mais vale a pena.

Serei esquecido assim como as ampulhetas nas eternas areias do tempo.

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